"Assim como no reino das estrelas são Às vezes dois sóis que determinam a órbita de um planeta, e em alguns casos há sóis de cor diversa que iluminam um só planeta, ora com luz vermelha, ora com luz verde, logo irradiando simultaneamente e inundando-o de luz multicolor: assim também nós, homens modernos, graças à complicada mecânica de nosso 'firmamento' somos determinados por morais diversas; nossas ações brilham alternadamente em cores distintas, raras vezes são inequívocas - e com frequência realizamos ações furta-cor".
F. Nietzsche. (Além do bem e do mal).
re-nietzsche
quinta-feira, 13 de março de 2014
terça-feira, 11 de março de 2014
"Também
a arte dionisíaca quer nos convencer do eterno prazer da existência: só que não
devemos procurar esse prazer nas aparências, mas por trás delas. Cumpre-nos
reconhecer que tudo quanto nasce precisa estar pronto para um doloroso ocaso;
somos forçados a adentrar nosso olhar nos horrores da existência individual - e
não devemos todavia estarrecer-nos: um consolo metafísico nos arranca
momentaneamente da engrenagem das figuras mutantes. Nós mesmos somos realmente,
por breves instantes, o ser primordial e sentimos o seu indomável desejo e
prazer de existir; a luta, o tormento, a aniquilação das aparências se nos
afiguram agora necessários, dada a pletora de incontáveis formas de existência
a comprimir-se e a empurrar-se para entrar na vida, dada a exuberante
fecundidade da vontade do mundo; nós somos trespassados pelo espinho raivante
desses tormentos, onde quer que tenhamos tornado um só, por assim dizer, com
esse incomensurável arquiprazer na existência e onde quer que pressintamos, em
êxtase dionisíaco, a indestrutibilidade e a perenidade deste prazer. Apesar do
medo e da compaixão, somos os ditosos viventes, não como indivíduos, porém como
uno vivente, com cujo gozo procriador estamos fundidos".
F.
Nietzsche. (O Nascimento da Tragédia).
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